Tetrodotoxina

A tetrodotoxina (TTX) é uma neurotoxina muito potente que foi inicialmente encontrada no peixe-balão da família Tetraodontidae, daí o seu nome. No entanto, também já foi detetada noutros organismos aquáticos e terrestres. Relativamente a animais marinhos, TTX pode ainda ser encontrada em vermes, lesma do mar, estrela do mar e caranguejos. Nos animais terrestres encontra-se em salamandras, sapos, rãs, gastrópodes e tritões. Pode ainda ser encontrado em bactérias. TTX chega as mais variadas espécies através da cadeia alimentar. [1]

A tetrodotoxina tem diferentes localizações nos organismos em que já foi encontrada. No peixe-balão é encontrada em todos os tecidos com diferentes níveis de TTX conforme a espécie de peixe-balão. A toxicidade nos peixes-balão marinhos é geralmente alta no fígado e no ovário, enquanto que nos peixes de rio é maior na pele. Nos gastrópodes é encontrada principalmente nos músculos mas também pode ser encontrada nas glândulas digestivas. No tritão e na rã é encontrada principalmente na pele. [1]

Há algumas hipóteses para a origem do TTX no peixe-balão. Foi demonstrado que peixes-balão não tóxicos quando alimentados com uma dieta contendo TTX passam a ser tóxicos e peixes-balão não tóxicos quando alimentados com uma dieta sem TTX deixam de ser tóxicos. Também foi demonstrado que a fonte de TTX no peixe-balão é uma bactéria endossimbiótica que naturalmente habita o intestino do animal. Na verdade várias bactérias ubiquitárias produzem TTX incluindo algumas dos géneros Pseudomonas e Vibrio. [2]

A origem da TTX em animais terrestres, por exemplo no tritão e na rã é endógena porque tem um papel na defesa contra predadores. [2]

A tetrodotoxina é encontrada em varias regiões do mundo, quer pela migração das espécies, quer devido a fenómenos da natureza. No peixe-balão, TTX foi encontrada no Japão, Taiwan, Bangladesh, Sudeste da Ásia e também no México que é o segundo maior exportador de peixe-balão no mundo. Foi ainda encontrada em peixe-balão e gastrópodes recolhidos de países europeus. Em salamandras, TTX foi encontrada nos EUA, Japão, Alemanha e Itália e em sapos da família Brachycephalidae na floresta tropical atlântica brasileira. No sapo Chiriquiensis atelopus na América Central e na rã Polypedates sp. no Bangladesh foi também possível encontrar a toxina. [1]

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