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História

 

O exemplo mais antigo de investigação da farmacologia da TTX foi, provavelmente, o trabalho de Charles Remy, no qual estão descritos os sintomas de envenenamento por TTX e documentadas as altas concentrações de TTX nas gónadas de peixe-balão. Mais tarde, em 1889, Takahashi descreveu de forma mais abrangente a farmacologia da toxina. [1]

 

Em 1894, Yoshizimi Tahara apresentou o veneno isolado de extrato aquoso de ovários de peixe-balão no encontro mensal da Pharmaceutical Society of Japan. Mais tarde, estabeleceu um método melhorado para extração e purificação adequado para a produção do veneno em larga escala. Finalmente, em 1909, confirmou que o peixe-balão continha apenas uma substância tóxica e chamou-lhe tetrodotoxina devido ao nome da família do peixe-balão (de onde foi isolada pela primeira vez): Tetraodontidae. [2]

 

Em 1950, TTX pura e cristalina foi pela primeira vez isolada por A. Yokoo a partir dos ovários de Fugu rubripes. [1]

 

A estrutura foi descrita pela primeira vez em 1964 no Simpósio de Produtos Naturais da União Internacional de Química Pura e Aplicada por 4 grupos laboratoriais diferentes. [1]

A tetrodotoxina foi o primeiro agente farmacológico caracterizado a ter como alvo os canais de sódio dependentes da voltagem (VGSCs). [3]

Já muito antes descoberta da tetrodotoxina (TTX) se conhecia a toxicidade do peixe-balão para o Homem. Há indícios de que os egípcios, em 2500 a.c., já estavam conscientes da toxicidade associada a este peixe. Escrituras médicas chinesas do primeiro ou segundo século a.c. descreviam os efeitos farmacológicos associados ao peixe-balão e a ovos do mesmo. Apesar da pouca investigação formal feita até ao século XIX, os europeus estavam cientes da toxicidade destes peixes devido à leitura de textos históricos. [1]

Gravura egípcia alusiva à pesca.

 

 

 

[1] CT Hanifin, The Chemical and Evolutionary Ecology of Tetrodotoxin (TTX) Toxicity in Terrestrial Vertebrates: Marine Drugs. Mar. Drugs, 2010. 8(3): p. 577-593;

[2] Lago, J., et al., Tetrodotoxin, an Extremely Potent Marine Neurotoxin: Distribution, Toxicity, Origin and Therapeutical Uses. Mar Drugs, 2015. 13(10): p. 6384-406;

[3] French, R.J., et al., The Tetrodotoxin Receptor of Voltage-Gated Sodium Channels—Perspectives from Interactions with μ-Conotoxins. Mar Drugs, 2010. 8(7): p. 2153-61.

Referências

Bruno Gregório

​​

Eliana Freitas

Tiago Macedo

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto

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